Francisco Massa Flor

Quem disse que as finanças pessoais são um assunto simples?

28.04.2023
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Saiba o que significa, qual a sua origem e como minimizar o impacto da inflação no seu dia-a-dia.


Compreender o que é e que impacto tem a taxa de inflação é, por estes dias, essencial para saber como agir numa altura em que os preços sobem. Apesar da recente descida da inflação para 7,4% em março e das previsões otimistas para os próximos meses, na realidade, todos continuamos a sentir que compramos cada vez menos coisas com o mesmo dinheiro que gastávamos. Os efeitos acumulados da pandemia, a guerra na Ucrânia e a política económica do Banco Central Europeu na última década contribuíram para esta subida da taxa de inflação desde 2021, que atingiu o seu máximo em outubro nos 10,1%.


O QUE É A INFLAÇÃO?

Na prática, traduz-se na perda de poder de compra devido ao aumento generalizado do preço de bens e serviços na economia. A longo prazo, a moeda vai perdendo valor e com ela desce também o poder de compra de cada consumidor. Segundo alguns especialistas, a taxa é encarada como tendo quatro formas possíveis. A moderada ou deslizante, que acontece quando se verifica uma subida lenta dos preços abaixo dos 3%; a trotante quando o aumento ultrapassa os 3%; a galopante quando supera os 10%; e a hiperinflação, mais rara nas economias desenvolvidas e a mais temida, já que significa que os preços sobem mais de 50%.


COMO É MEDIDA?

Para calcular a taxa de inflação de cada país, tendo em conta todos os produtos e serviços diferenciados com custos variados,  numa economia aberta que é sujeita a variações de preço, foi criado o Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC). Esta fórmula cria uma lista de categorias de bens e serviços e atribui um peso diferente a cada uma das mesmas, tendo em conta as diferentes realidades dos países.


DE ONDE VEM A INFLAÇÃO?​​​​​​​

A subida da inflação acontece, sobretudo, devido a três fatores - quando existe mais dinheiro na economia do que os consumidores querem gastar, quando aumentam os custos de matérias-primas e de produção e pela lei da oferta e da procura. Em Portugal e na União Europeia, foram estes os três ingreditentes que formaram a tal "tempestade perfeita".

Desde logo pelo referido excesso de dinheiro na economia, que tem origem nos apoios financeiros dados durante o período da pandemia (por exemplo, com a compra de dívida nacional pelo Banco Central Europeu). Adicionalmente, as rupturas nas cadeias de abastecimento que se verificaram com o embate da pandemia – que obrigou à interrupção da produção em muitos países europeus e asiáticos, de onde chegam muitos dos produtos – foram agravadas, no início deste ano, com a chegada da guerra à Ucrânia. Novamente, as cadeias de abastecimento foram prejudicadas e isso tem um impacto direto nos preços dos bens e serviços. 

Por último, o aumento dos custos de produção que deriva também da crise energética que se agravou na Europa à boleia da guerra. Se o preço da energia aumenta, os produtos e serviços que são produzidos a partir dela aumentam também.


SIGA ESTAS DICAS PARA COMBATER OS EFEITOS DA INFLAÇÃO

1.Antecipar e planear

Analise os seus gastos detalhadamente e atualize o seu orçamento para garantir que consegue identificar as áreas em que pode poupar. Elaborar um orçamento mensal é essencial para uma boa saúde financeira. Uma estratégia importante é introduzir a maior previsibilidade e controlo possível em relação às nossas finanças. Focar no presente e no que pode controlar.

2.Compras inteligentes

Procure informar-se sobre os preços e promoções e, se necessário, opte por produtos mais em conta, mas invista apenas naquilo que realmente irá precisar, evitando gastos supérfluos. Pesquisar e comparar os preços é fundamental para fazer compras conscientes e lidar com a inflação.

3.Crédito consolidado

Se precisa de uma solução de financiamento, recorra ao crédito consolidado que conjuga vários créditos num só, apresentando condições mais vantajosas e uma mensalidade mais reduzida. Para famílias com vários créditos, esta pode ser uma opção que permite poupar um valor considerável ao final do mês. Se procura uma solução de crédito consolidado consulte os especialistas da MaxFinance.

4. Fundo de emergência

Esta é uma boa altura para começar a poupar para se prevenir e fazer face a situações inesperadas. Construir um fundo de emergência, corresponde idealmente a seis ou mais meses de salário. Ter um planeamento adequado e um controlo sobre os nossos gastos é cada vez mais fundamental e deve ser considerado como uma prioridade da nossa vida financeira.

5. Investimentos com precaução

Se tem nos seus objetivos diversificar ao máximo os seus investimentos e, dependendo dos fundos disponíveis, pode apostar em diferentes carteiras de ações, mas tenha sempre prudência e avalie todos os riscos. Atenção, é importante ter algum conhecimento prévio ou aconselhamento para fazer as melhores escolhas e não ficar a perder.

6. Apostas em obrigações que sigam a inflação

Algumas obrigações estão indexadas à inflação, o que pode ser uma boa aposta num momento como o atual. Significa ainda assim uma aposta, pois a rentabilidade não depende apenas da inflação atual, mas, e sobretudo, do seu valor à altura do vencimento. Trata-se de mais uma opção na diversificação de ativos. 

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