Francisco Massa Flor

Como criar um orçamento familiar para manter as suas finanças pessoais equilibradas

13.12.2021
Outros

As finanças de qualquer família devem reger-se por um orçamento e objetivos pré-definidos.

Em matéria de gestão financeira, uma família não é assim tão diferente de uma empresa ou até mesmo do Estado. Sendo menos complexo, o orçamento familiar é uma ferramenta essencial para conseguir atingir os seus objetivos. Sejam estes reduzir a dívida ao banco ou fazer aquela viagem de sonho.

É senso comum que dificilmente se conquistam metas se não se sabe que caminho percorrer. Por isso o orçamento doméstico é tão importante. Além de permitir ter a noção de quanto se gasta em quê, permite criar alíneas de poupança com objetivos específicos. E, mais importante ainda que tudo isto: tem de cumprir o definido. 

O que é um orçamento familiar?

O orçamento familiar é uma ferramenta que lhe permite ter a noção exata de quanto ganha e quanto gasta ao longo de um determinado período de tempo (mensal ou anual). Quanto mais completo e detalhado, mais fácil é identificar onde se está eventualmente a gastar a mais, em que despesas, fixas ou variáveis, pode poupar para conseguir cumprir os seus objetivos.

O orçamento familiar deve estar à disposição de todos os membros da família para que todos se sintam envolvidos e entendam que uma equipa funciona melhor se todos os elementos participarem.

Como começar a fazer o orçamento familiar?

Comece com uma assembleia geral de família. Junte todos, incluindo as crianças, em torno de uma mesa e comece a registar tudo o que há a registar – receitas, despesas, fixas e variáveis, necessárias ou supérfluas. Depois de somar ambas as parcelas, pode identificar onde está a gastar a mais, onde pode poupar e, finalmente, definir os objetivos de poupança.

O que deve incluir o meu orçamento familiar?

Para que possa ser de facto útil, o orçamento familiar implica o levantamento rigoroso de rendimentos (o que recebe) e despesas (os pagamentos). O resultado das receitas menos as despesas é o saldo que reflete a sua situação financeira. O controle dessas receitas e despesas mensal ou anualmente é fundamental para conseguir fazer poupança ou para saber claramente onde pode reduzir os custos.

Receitas

Antes de mais, deve inserir o valor das receitas: ordenados, pensões e reformas, bónus ou prémios anuais, subsídios de desemprego, abonos de família. Mas também rendimentos e juros de aplicações financeiras, rendas de imóveis. Podem ser receitas fixas (por exemplo o vencimento mensal) ou variáveis (prémios de produtividade).

Despesas

Em seguida deve fazer o levantamento das suas despesas. Deve ter noção que há despesas essenciais/necessidades reais (alimentação, saúde, educação, vestuário, habitação) e supérfluas/desejos (algo que adquire, mas poderia prescindir sem afetar a sua sobrevivência, como uma televisão nova). As despesas também são classificadas com fixas (por exemplo a prestação de um crédito à habitação) ou variáveis (como as contas da água ou da eletricidade ou as compras de supermercado, que podem oscilar mensalmente).

Atenção: Por uma questão de prudência, deve ajustar as suas despesas às receitas fixas. Se, porventura, não receber as horas extraordinárias que orçamentou onde irá depois arranjar o montante para fazer face à despesa?

Quanto maior for o peso das despesas fixas, mais difícil é para a família ajustar o orçamento para fazer face a situações inesperadas como o desemprego. Daí ser fundamental a criação de um fundo de emergência. Se o saldo for negativo (descoberto bancário ou cartão de crédito utilizado além do razoável), tem muito que fazer, mas em compensação já tem um documento para se orientar.

Devo reduzir despesas ou aumentar receitas?

Depois de subtrair as despesas às receitas irá obter o saldo, isto é, se lhe sobra ou falta dinheiro para cumprir os seus compromissos. Se for positivo, poderá poupar ou investir. Se for negativo é urgente resolver essa situação, sob risco de necessitar de pedir empréstimos ou de sobrecarregar o cartão de crédito, o que só lhe trará problemas a longo prazo.

Reduzir despesas ou aumentar receitas são duas opções válidas e vantajosas. Para aumentar as receitas poderá procurar um emprego mais bem remunerado, poderá encontrar fontes de rendimento adicionais (por exemplo os populares sítios de vendas online de produtos em segunda mão), arrendar um quarto que tenha desocupado, dar explicações, investir de acordo com o seu perfil de risco ou até mesmo ter um segundo emprego a tempo parcial.

A redução das despesas é tipicamente mais simples. Começa por combater o desperdício. Ou seja, reduzir ou eliminar despesas. Pode renegociar contratos de eletricidade, gás, Internet, seguros e até créditos. Pode tirar partido da tarifa bi-horária da eletricidade (se mais de 30%/35% do consumo for feito no horário «vazio» está a poupar) e/ou consolidar créditos, comprar menos roupa ou mais barata, abastecer menos vezes o automóvel, entre outros. Pode ainda usufruir de cupões de desconto e das promoções do comércio para pagar menos pelos mesmos produtos.

Atenção: Já reparou que muitos dos bens que adquirimos em super e hipermercados estão rotativamente em promoção? O detergente da roupa não acaba de um dia para o outro. Coloque-o na lista de compras e assinale «só em promoção». Assim, se for às compras e vir o detergente que sem promoção custa 14 euros a apenas 7 é aproveitar.

Em que suporte posso fazer o meu orçamento familiar?

Numa simples folha de papel com a ajuda de uma calculadora, numa folha de cálculo (por exemplo o Excel tem inclusivamente modelos para o fazer), ou até mesmo com ferramentas da Internet como o simulador de orçamento familiar disponibilizado pelo programa Todos Contam. Seja qual for o suporte, é essencial ter um orçamento formal para poder fixar objetivos, eliminar desperdícios e encontrar fontes de poupança.

Quais os valores subjacentes às suas finanças pessoais?

A construção do orçamento familiar é apenas um dos aspetos a ter em conta nas suas finanças pessoais. Esta ferramenta ajuda a sua família a controlar os gastos de acordo com as receitas. Ou seja, apesar de parecer óbvio: gastar menos do que ganha. Além disso, o que tem valor é a sua vida e os princípios por que a orienta, não as coisas que tem, algo que todos devemos recordar.

Finalmente, lembre-se sempre de pagar a si mesmo em primeiro lugar. A poupança deve ser um «gasto» prioritário. Por isso, antes de pagar a eletricidade e a Internet, aplique o que puder (5% ou 10% do rendimento disponível) em poupança. Seja num mealheiro para as férias, numa conta-poupança, num fundo de emergência ou de investimento. Este montante poderá ser útil no final de algum tempo. E lembre-se… fale sobre dinheiro em casa. Com moderação, mas de forma regular. Todos devem entender que os vossos objetivos familiares só podem ser cumpridos se todos trabalharem em equipa para o conseguir.

Como habitualmente, se contactar um intermediário da MaxFinance, este poderá ajudá-lo renegociar ou consolidar créditos e assim equilibrar o seu orçamento.

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